“Eu fui preso duas vezes na ditadura, fui torturado, você não sabe o que é tortura, não. Esse Mourão era um dos torturadores lá", disse o cantor
O cantor e compositor Geraldo Azevedo disse, em um show em Jacobina (BA), na noite de sábado (21), que foi preso e torturado, junto com a esposa, em 1969, por 41 dias, durante a ditadura militar, e Hamilton Mourão, hoje general e candidato a vice na chapa do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), seria “um dos torturadores lá”.
Fórum apurou, no entanto, que o general Mourão nasceu em 1953 e teria 16 anos na época em que o cantor foi preso pela primeira vez. De acordo com a sua biografia, ele foi preso a primeira vez em 1969: “Geraldo Azevedo é preso com a esposa durante a ditadura militar, sendo torturado por 41 dias. Vitória fica 80 dias na prisão”.
Já em 74, “é preso pelo governo militar de Geisel ao lado da esposa grávida de seu segundo filho, que logo é solta. Geraldo é duramente torturado. Em um dos interrogatórios o colocam para tocar violão. Ele então é salvo das torturas pela música, sendo obrigado a tocar e cantar para os torturadores repetidas vezes”.
A Fórum entrou em contato com a assessoria de Geraldo Azevedo e aguarda retorno.
“Olha, é uma coisa indignante, cara. Eu fui preso duas vezes na ditadura, fui torturado, você não sabe o que é tortura, não. Esse Mourão era um dos torturadores lá.” Ele acrescentou: “e essa alegria toda que está tendo aqui vai se perder, vocês estão sabendo disso. O Brasil vai ficar muito ruim se esse cara ganhar”. Assista abaixo: